sexta-feira, 18 de junho de 2010

O mausoléu do Bob



Sala com discos de ouro e platina do Bob Marley

Acordamos na segunda-feira (24) bem cedo. Como iríamos ficar mais dois dias no país, o dia era ideal para irmos até a casa do Bob Marley e conhecer onde ele viveu e está atualmente. Contratamos o passeio na recepção do nosso hotel mesmo. Como dissemos, a Jamaica é um país que deixa os turistas desconfiados de todos e tudo. Portanto, não arriscamos ir com taxistas. Preferimos pagar o pacote com traslado, guia, entrada para o mausoléu e alguns snacks. O preço saiu um pouco salgado, US$ 86 (como tudo na Jamaica).

A viagem até Nine Miles (cidade onde está a casa do Bob) foi bastante interessante. As estradas jamaicanas são bem ruinzinhas e o percurso até a cidade, que fica entre as montanhas, foi feito em um jipe. Além de nós, um casal de norte-americanos nos acompanhou no esquema off road. Havia a possibilidade de ir de ônibus, em um passeio mais tranquilo, porém mais demorado. A norte-americana que ia conosco não aguentou os "bumps" e acabou sentindo-se mal. Gringo não tá acostumado com o esquema roots!

Caminho entre Ocho Rios e Nine Miles


O interessante foi o guia mostrar um pé de mamão e outras típicas frutas tropicais. Talvez seja novidade para os gringos, que são a maioria na região e fazem da Jamaica o seu quintal de diversões.

A entrada no mausoléu é restrita. Os ambulantes e pedintes ficam do lado de fora. Mas eles chamam, o tempo todo, os turistas para vender ganja. A erva, aliás, é largamente comercializada nas ruas da cidade. Chega a ser constrangedor! Dentro da casa do Pai do Reaggae, não há vendedores. Vimos muita gente consumindo. Como disse o guia: "A partir daqui até o final do tour, fique à vontade". Dentro da casa de Bob a erva é liberada. Afinal, muitos turistas vão pra lá pra isso mesmo! Mas não são todos, vale frisar.

Há cerca de três casas dentro daquele terreno. A primeira foi construída depois do sucesso do cantor. Nela são vistos os discos de ouro e platina, além de um bazar para venda de souvenirs. Na Jamaica, qualquer artigo (e é qualquer coisa mesmo) que contenha a cara do Bob Marley será mais caro do que se fosse qualquer outra estampa. Se você perguntar, eles vão dizer: "Ora, é mais caro porque tem o Bob Marley". Tentei pechinchar algumas camisas lá informando que no Brasil Bob Marley é tão comum quanto Jesus Cristo. Não adiantou!

Voltando ao tour... Depois de visitar a parte "irreal" do lugar, fomos até a parte original da casa. O guia (diferente daquele que nos levou até ali) informava o lugar onde Bob havia crescido. No meio, há uma pedra em que Bob gostava de dormir. Psico o negócio! Vimos também a casa onde a mãe dele morava. Por fim, os dois mausoléus onde estão os restos mortais de Bob e da mãe dele, Cedella Bookerque morreu, enquanto dormia, em 2008, em Miami.





O passeio até lá foi bem interessante. Sentimos um pouco a vibração do cantor, mas, como tudo na Jamaica, a coisa é bem artificial. Os turistas são a fonte de recursos daquela família e tudo lá é muito caro. Uma camisa comum, estampada com a foto de Bob, não sai por menos de US$ 30. São as mais bonitas, de fato, mas eles exploram absurdamente. Percebemos que barato mesmo só relógios (já que eles são Tax Free).

Depois do passeio, voltamos até o estacionamento e encontramos o guia que nos levaria até o hotel. O cara foi super atencioso (inclusive com a gringa que passou mal). Ele nos contou a história do país e falou também da estranha língua que os jamaicanos falam, o Patuá. Somente ali entendemos que não estávamos doidos! Realmente os nativos não falam inglês. Ele contou que o Patuá é uma língua que não é ensinada nas escolas, mas passada de pai pra filho. É uma mistura de inglês com frânces, espanhol e alemão. Coisa de doido! Não dá pra entender! O guia explicou que o dialeto era utilizado durante a colonização pelos escravos, para que os colonos não entendessem o que os negros falavam! Já contei isso por aqui?


Quando chegamos no hotel, no início da tarde, apenas pegamos nossas mochilas (que estavam na recepção) e rumamos para o outro hotel, que havia sido reservado e arranjado para nós pela Air Jamaica, por conta da mudança no horário do voo. Por sorte, o hotel que eles nos arranjaram (Sunset Jamaica Grande) ficava a poucos metros de distância e pudemos ir a pé.