quarta-feira, 14 de abril de 2010

Veneza mexicana

Último dia de Cidade do México. Cedo, saímos do albergue já com os mochilões nas costas e deixamos as bagagens em um guarda-volumes do Terminal Sul, onde pegaremos o ônibus para Acapulco. Aqui há quatro terminais (os pontos cardeais). De lá, fomos a Xochimilco, bairro onde existem os embarcaderos da chamada Veneza Mexicana – são barcos que fazem um passeio (o nosso durou uma hora) no lago de mesmo nome do bairro. É que, antes da chegada dos espanhois, os astecas viviam aqui em uma ilha. Quando os europeus vieram, trataram de aterrar tudo. Na verdade, quase tudo. Parte do que sobrou está em Xochimilco.

O esquema é bem turístico. Para ir ao local, é preciso descer na estação Tasqueña e pegar mais 17 estações no Tren Ligero. Como parecíamos os únicos visitantes do lugar, um cara que se passou por agente de turismo oficial quis cobrar 140 pesos por pessoa. Pedimos para que esse preço fosse para o casal. Depois de uma certa negociação, deu certo. Mas na saída descobrimos que o preço oficial era exatamente o que pagamos e o cara queria cobrar o dobro... Enfim, mas o passeio foi legal, pois estava bem tranquilo.

Xochimilco
Foto: Jorge de Castro

De lá, um táxi nos levou ao bairro de Coyoacán. O objetivo era conhecer o Museu Casa de León Trotsky. E valeu muito a pena. Conta a história do comunista que, com a ajuda de artistas como Frida Khalo e Diego Rivera, entre outros, se exilou no México em 1937 e foi assassinado por um stalinista em 1940, dentro da própria casa.

De táxi voltamos à estação mais próxima (Coyoacán) e pegamos metrô ao estádio Azteca, onde assistiremos, hoje à noite, América x Pumas. Clássico local pelo Torneio Nacional.

O JOGO
Para ser perfeito, faltou um golzinho! Enfim, apesar do 0 x 0 no placar final, foi ótimo conhecer o estádio (que lembra a Bombonera, em Buenos Aires, pois é bem alto). As torcidas conviveram pacificamente e a segurança estava reforçada. Para entrarmos, passamos por duas revistas. Aliás, não se permite a entrada com mochilas nem cintos. Deixamos a nossa em um guarda-volumes em frente aos portões (10 pesos). Eu entrei com minha pochete da máquina fotográfica.

Na volta, para fugirmos do tumulto, saímos cinco minutos antes do término do jogo. Vimos policiais por toda a parte, inclusive em todas as estações do Tren Ligero, até a estação Tasqueña, onde fica o Terminal Sur.

Jorge: Acreditamos que o jogo foi fraco porque muitos titulares estavam cedidos à seleção azteca (é assim que eles chamam a seleção mexicana). Refrigerante nao é caro: 20 pesos, uma Coca de 600ml, mas a cerveja... 60 pesos (duas long necks em um copo plástico).

Ainda assim, ver o estádio que teve o privilégio de hospedar os dois dos maiores craques do futebol mundial (Pelé e Maradona, nesta ordem, claro!) não tem preço! Fiquei imaginando exatamente o lugar onde o atleta do século deu a cabeçada fulminante para marcar o primeiro gol em 70. Estávamos perto da baliza onde o Brasil atacou no segundo tempo e, portanto, fiquei imaginando também aquela roladinha que o Pelé deu para o Carlos Alberto, sacramentando a goleada em cima da Itália. Definitivamente foi uma sensação única. Para aqueles que forem à capital mexicana, conheçam o estádio também em um dia que não tem jogo. Eles permitem fazer visitas. Como tínhamos reservado para ir no dia do clássico, as visitas estavam suspensas naquele dia!

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