quinta-feira, 20 de maio de 2010

No aeroporto Norman Manley

Durante o voo de Miami a Kingston, a expectativa por um novo país era grande para nós dois. Por causa do cansaço, “reclamávamos” um pouquinho sobre o fato de, ao chegarmos ao aeroporto da capital jamaicana, por volta das 15h, ainda termos de viajar cerca de duas horas até Ocho Rios, cidade litorânea onde tínhamos reservado o hotel Rooms on the Beach. Mas vida de viajante é assim mesmo, o descanso fica sempre para depois!

A surpresa nada agradável apareceu quando eu estava passando pela imigração e o agente perguntou qual era meu próximo destino. Respondi “Cuba” e ele disse que tal voo não mais existia! A Air Jamaica havia cancelado, no início do mês, todos os voos para Havana. Conversei com o Ju, que estava no balcão ao lado, e os agentes nos orientaram a ir ao escritório da Air Jamaica, ali mesmo no aeroporto.

Começava, naquele instante, a nossa saga de cinco horas no Aeroporto Norman Manley. As atendentes da Air Jamaica nos informaram que o único voo disponível para Havana seria no dia 28, dois dias a mais que o planejado. Mais: o que antes seria uma viagem direta, sem conexões, passava agora pelas Ilhas Cayman (!), para que trocássemos de avião. Alegamos que não teríamos dinheiro para permanecermos dois dias a mais na Jamaica, tampouco gostaríamos que isso acontecesse, pois tínhamos nosso roteiro em Cuba.

As negociações se estenderam pela tarde toda. Não tínhamos almoçado e estava escurecendo. A Air Jamaica nos informou que pagaria a hospedagem extra, mas apenas em Kingston. E ficar na capital da Jamaica não estava nos nossos planos. Sugerimos voar antes para Havana, no primeiro horário que tivesse.Isso seria no sábado, mas em um trajeto altamente cansativo, com conexão em Miami e nas Ilhas Cayman. Como já havíamos pago TODA a reserva de Ocho Rios, percebemos que seria uma roubada ainda maior.


Enfim, depois de muitas propostas e negativas, a atendente disse que poderíamos ficar os dois dias a mais em Ocho Rios mesmo, em um resort com sistema all included chamado Sunset Jamaica Grande. Não teríamos gastos com hospedagem e alimentação, pelo menos. Topamos. Depois, foi a saga para conseguir um taxista que nos levasse a Ocho Rios. Como já havia anoitecido, foi uma missão ingrata. Ao final, fechamos um táxi-ônibus por 100 dólares.

A viagem, de duas horas e meia, foi completamente non sense. Passamos por montahas íngremes, com curvas fechadíssimas e estrada estreita. A mão inglesa no trânsito apimentava a aventura. Não bastasse o nosso cansaço, o motorista também se mostrou super sonolento. A ponto de parar em um boteco para comprar energético!!! Para nós, únicos passageiros de um micro-ônibus para mais de 10 lugaresm ficar acordado era ainda mais dramático. Mas, como podemos comprovar agora, escrevendo este post, sobrevivemos!

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