segunda-feira, 10 de maio de 2010

Enfim, a maravilha

Pessoal, desculpem o abandono TOTAL do blog. É que em Cuba e na Jamaica o acesso à Internet foi limitado. De qualquer forma, vamos continuar os relatos...

O dia 20 foi dedicado a uma das novas maravilhas do mundo: Chichen Itzá. Alugamos um carro logo pela manhã, na Hertz de Merida. O carro mais econômico, um ATOS, custou 1.400 pesos por dia (pouco mais de R$ 200), com quilometragem livre. Passamos ainda em uma casa de câmbio para trocar o restante dos dólares (depois vimos que o melhor seria se não tivéssemos feito isso).

Depois de 1h30 na estrada, chegamos a Chichen. Vale ressaltar que entre Merida e Cancun há duas rodovias: uma pública e outra privada. Optamos por pegar a segunda para chegarmos mais rápido a uma das oito novas maravilhas do mundo. Logo depois do primeiro pedágio, há a saída para Chichen Itzá. O valor era um pouco salgado e custou cerca de 120 pesos. Apesar disso, a decisão foi acertada, já que estávamos com pressa para conhecer as ruínas maias.

A primeira diferença entre as ruínas de Yucatán e as outras que tínhamos visitado (Teotihuacan, Monte Alban e Mitla) foi o preço. Além dos tradicionais 51 pesos que são pagos para o Instituto de Patrimônio Histórico Mexicano, há uma outra taxa que se paga para entrar: a estadual, que custou 60 pesos, aproximadamente. Isso porque há um imbróglio político entre os dois governos (federal e estadual) para ver quem assalta mais o turista. O federal é padronizado, cobrado praticamente todas as ruínas mexicanas. O estadual serviria para manter a infraestrutura que existe no local (banheiros, quiosques e etc). Segundo o guia que contratamos, quando não havia essa taxa estadual, a infraestrutura era horrível.

O valor do guia, inclusive, é tabelado. Mas dá para pechinchar. O valor oficial era de 500 pesos (quase R$ 100) para o grupo. Mas há muitos guias cadastrados e eles fazem por 400. Como só estávamos eu e a Marina, fechamos por 300 pesos, porém, o guia não iria nos levar à Zona Norte da cidade (conhecida também como Clássica, quando somente os maias dominavam a cidade).


Ficou acertado então que o guia iria explicar sobre as ruínas da região norte e andar com a gente pela zona central, a mais conhecida, onde há a pirâmide de Kukulcán (foto). Infelizmente, não é mais possível subir na pirâmide, fato que nos frustrou. Aliás, as ruínas de Chichen são todas cercadas e não é mais possível entrar em qualquer uma delas (ao contrário de Teotihuacan, em que é possível subir na pirâmide e visitar algumas habitações).

Nessa região central estão também todos os templos mais importantes de Chichen. Aliás, as descobertas arqueológicas não param de acontecer. Há poucos meses, descobriram que a pirâmide mais famosa da região estava dentro de um outro templo. Aliás, construir um templo dentro de outro era comum. A Praça das Mil Colunas, por exemplo, são três edificações, uma dentro da outra. Na zona central há também o Campo do Juego de Pelota - atividade comum entre todos os povos mexicanos e que, no caso dos Maias, pelo menos, incluía o sacrifício do capitão do time que perdesse. O campo da zona central de Chichen Itzá é também o maior dos povos pré-colombianos.

A construção dos templos da zona central ocorreu depois daquelas construídas na zona norte. Nesta há apenas construções maias. Na primeira, as construções são no estilo maia e tolteca  – quando ambos fizeram um acordo de não agressão e ocupavam a mesma cidade.

Ali, há coisas extremamente interessantes. Os maias eram povos muito desenvolvidos e detinham conhecimentos matemáticos, astronômicos e de engenharia que os espanhois só iriam adquirir com o contato com os árabes. É comum, por exemplo, guias turísticos baterem plamas nas proximidades da pirâmide para que os visitantes ouçam o som de um pássaro. É realmente incrível. Não é truque. O lugar, inclusive, fica em frente ao templo de dança, onde ocorriam os rituais ao som de tambores.

Outra coisa que chama atenção é a sombra formada pelo sol nos equinócios e solstícios do ano. A nossa viagem não coincidiu com esses momentos, mas os guias têm sempre uma foto para te mostrar. A sombra forma uma serpente que escorre pelos vértices da pirâmide como se estivesse fecundando a terra. Era sinal, para os maias, que estava na hora de começar a plantar. A serpente, inclusive, era um animal sagrado e representava a terra. Segundo o guia, era comum na região a presença da cascavel, cobra que troca de pele logo antes do início das chuvas. Era o sinal sagrado de que as águas estariam chegando.

Lado negativo - Chichen Itzá é muito bonito e realmente surpreende. O problema, no entanto, são os vendedores ambulantes. Em Mitla e Monte Alban havia poucos deles dentro do sítio arqueológico. Em Teotihuacan, um pouco mais. Porém, em Chichen, há muitos e eles chegam a ser incovenientes. Não deixam nem você tirar foto! Foi o sítio também em que vimos mais turistas.

Chegamos a Chichen por volta das 14h e saímos pouco antes de fecharem o local, às 17h. Começava a chover e, por isso, havia menos pessoas e o céu apresentava nuvens negras. Sorte para nós porque foi a hora que deu para tiras fotos belíssimas.

Cenote - As chuvas, aliás, eram o que tinha de mais sagrado para os maias. A região de Yucatán é uma planície seca onde não há rios. A vegetação nas estradas lembra o nosso cerrado. Os cenotes também eram um lugar sagrado, de onde os maias retiravam a água para beber. Em todo o estado há dezenas de cenotes. Dentro do parque de Chichen há um, considerado o mais sagrado dos maias e lugar para onde iam as pessoas sacrificadas como oferendas aos deuses.

Apesar de toda essa opulência, decidimos aproveitar o fim da tarde para conhecer outro cenote, o Ik Kil. Localizado a apenas 5 km de Chichen, o lugar é maravilhoso. Não é público, portanto pagamos 70 pesos para entrar. Já eram 17h quando chegamos ao local e disseram pra gente que o lugar ficava aberto até as 19h.


Valeu muito a pena. Foi o que precisávamos depois de um dia de tanto calor. As águas são cristalinas. A Marina ficou um pouco receosa porque no cenote há muitos peixes (que nascem, crescem e se reproduzem no poço). Mas quando ela entrou viu que os animaizinhos são super amigáveis e inofensivos.

Às 18h30, deixamos o Ik Kil e fomos a Playa del Carmen. Dessa vez escolhemos pegar a estrada pública e fizemos o caminho via Valladollid, Tulum, chegando pelo Sul da Riviera Maia. Se fôssemos por Cancun o percurso seria de 60km a mais. A rodovia, apesar de ser estatal, é bem sinalizada, apesar de ser estreita e de mão única. Pelo menos o asfalto era de excelente qualidade e não encontramos buracos em mais de 200km.

Viajamos à noite e pegamos bastante chuva. Por isso demoramos para chegar a Playa (fizemos o percurso em quase três horas). Depois foi a saga para encontrar um hotel confortável e que não fosse caro (fato muito difícil no município mexicano que mais cresce na atualidade – Solidaridad). Os hoteis bons eram bastante caros para o nosso planejamento. E os mais em conta mais pareciam cortiços...

Jorge

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Junior e Marina,
Que bom, vocês atualizarem as informações. Estou acompanhando o roteiro e colhendo informações para minhas próprias peripécias em breve.
Aguardo as novas.
Abraços.
Ivelise.

Anônimo disse...

estamos devendo mesmo, mas vamos colocar tudo o que puder ajudar. Só estamos tentando conciliar o trabalho com o tempo livre. beijos!